domingo, 29 de maio de 2011

Verticalização: instrumento de planejamento na configuração do espaço urbano

O sítio urbano de um espaço sobre o qual se reúnem, naturalmente, ao longo dos anos, as condições que determinam o crescimento e desenvolvimento de uma urbe, pode também direcionar esta à vocação de cidades horizontais, verticais ou mistas.
Cidades que se desenvolvem horizontalmente são urbes cuja malha urbana se espraiam em direção aos horizontes, condenando essas a obterem, no interior de seu espaço, áreas de urbanização consolidada distantes do centro. Portanto, a população citadina residente nestes espaços periféricos e outros, de maior sofisticação, tendem a viver o dilema de se deslocar por distantes quilômetros para obter o acesso à cidade. Refiro-me aqui à cidade onde as coisas acontecem, onde estes espaços socioespaciais, caracterizados pelo geógrafo alemão Walter Cristaller como centros de acumulação e fornecimento de serviços, se expressam da forma mais evidente.
Para tanto, estes espaços centrais das urbes vocacionadas a uma configuração horizontal não conduzem à parcela de sua população que reside nos espaços periféricos a benesse do urbanismo, identificada pelo filósofo francês Henry Lefebvre como Le dróit a La ville, ou seja, o direito à cidade. Portanto, a horizontalização dos espaços sociais que configuram as cidades tende naturalmente a acentuar a segregação socioespacial urbana, privando as populações suburbanas do acesso aos serviços que se configuram nos centros urbanos.
Muitas cidades brasileiras, em especial as grandes áreas metropolitanas, têm-se rearranjado e constituído subcentros, que são pequenas áreas centrais localizadas na periferia da urbe. Contudo, esta forma peculiar de configuração urbana se faz valer apenas aos grandes centros urbanos, não se verificando esta morfologia urbana em cidades de médio e pequeno porte como as que compõem a rede urbana catarinense.
Assim, a verticalização do espaço intraurbano se integra mais facilmente às premissas da sustentabilidade socioambiental, em face aos seguintes aspectos:
- Reduz a segregação socioespacial que conduz parcela da população urbana a ser marginalizada, excluída e esquecida pelo poder público nos espaços periféricos e periurbanos;
- A verticalização das cidades reduz o espaço de abrangência da área urbana consolidada, portanto, deve o poder público se presenciar com fornecimento de infraestrutura, saneamento básico e fornecimento de equipamentos urbanos;
- No caso de cidades de pequeno e médio porte, a verticalização concede à urbe características de cidades grandes, o que, de acordo com a Psicologia Ambiental, faz as pessoas se sentirem dotadas de maior urbanidade;
- A verticalização conduz parcela considerável de sua população a optar por alternativas de locomoção que não sejam os veículos automotores, devido à proximidade dos equipamentos urbanos e dos centros fornecedores de prestação de serviços.         

sábado, 28 de maio de 2011

Visita do governador em Tubarão (frente SDR)

Greve dos Professores (Assembléia no Ases em Tubarão)


Até quando!

Sociedade catarinense, enfim quando os governantes se acordarão para pagar essa divida histórica que o Estado possui com relação à categoria dos profissionais em educação? Por que geralmente essa gente que assume o poder se esquece daqueles que lhes ensinaram as primeiras letras e os primeiros números? Professores, esse negócio de dizer que o Estado não tem dinheiro é uma balela, basta um choque de gestão. Por exemplo, será que um Estado da dimensão de Santa Catarina necessita de uma avalanche de secretarias como têm o nosso?

O preconceito social é algo torpe que deve ser repudiado pela sociedade

É lógico que certas anomalias que vêm ocorrendo no tecido social de nossa cidade merecem passar por um crivo de apreciação e se tornarem públicas e esclarecidas. Esse é o intuito dessa reflexão. Notemos o que tem a nos acrescentar sobre esse tema o renomado professor de direito, política e filósofo Norberto Boblio (1909-2004). “Dizer que os homens são diferentes entre si é um juízo de fato, mas, a partir disso, não existem elementos que fundamente juízos de valor que considerem um grupo de homens superior a outro. É precisamente essa diferenciação valorativa que costuma servir de base à discriminação, à exploração, à escravização ou à eliminação de um grupo social por outro.”
A esse respeito faz-se necessário que nos reportemos a Holanda (1999, p. 919), “fobia. [Do greg. - phobia, medo, como no Gr. Hydrophobia – gr. fhóbos (como hidrofhóbos) – gr. fhóbos, ou, ‘ação de pôr em fuga’; ‘medo’, - gr. phébesthai, ‘espantar-se’, ‘fugir’.] El. Comp.= medo intenso ou irracional; medo mórbido; aversão instintiva; hostilidade instintiva’ aerofobia, claustrofobia, enofobia, ergofobia, neofobia, nictofobia, nosofobia.”
É notório que sabemos que existem aqueles que possuem aversão aos homossexuais ou ao homossexualismo (homofobia). Existem ainda pessoas que praticam a xenofobia, que é a aversão aos estrangeiros, e toda sorte de preconceito que são ações que se manifestam totalmente contrárias à ética e ao conjunto de leis que regem o Estado de Direito. No que se refere ao preconceito social, o mesmo é uma forma de fenômeno que emerge da divisão das classes sociais. Essa intolerância consiste em uma crença de que as classes menos abastadas são inferiores às que possuem mais bens e um denominado “status social”. 
É óbvio que existem algumas pessoas em nossa cidade, felizmente uma minoria, que possuem verdadeira aversão àqueles que estão ascendendo na pirâmide social. Muitos destes, em seus meios de socialização, chegam a fazer chacota daqueles que porventura poderão ocupar espaços nobres de nosso município. Entre estes, a pessoa de nome F. afirmou que não desejaria observar Chevette transitando em frente a sua residência e o senhor de nome H. confidenciou para amigos que não gostaria de ter pobres como seus vizinhos. Com qual nome poderemos nomear esse tipo de postura? É óbvio que nunca observamos na história de nosso país tanta gente das classes menos abastadas podendo ter acesso a bens que até então eram privilégio somente das elites tubaronenses. Como exemplo, disso pode-se citar a compra do primeiro carro novo, do apartamento no centro, etc.
Portanto, podemos frisar que isso tem incomodado determinadas pessoas que persistem em terem atitudes gananciosas, egoístas e que desejam pensar o município de Tubarão somente para si. O seu ódio é tão extremo e mesquinho que não querem e estão usando todos os tipos de artifícios e recursos em conluio com instituições do Estado numa manobra articulada, com alguns segmentos políticos e autarquias para que o processo de desenvolvimento de nossa cidade não se cristalize.
Francis Bacon (1561-1626) já afirmava que o dinheiro é como esterco, quanto mais espalhado melhor, e é isso que o governo central vem procurando fazer com o intuito de construir um país para todos e não apenas para uma minoria que persiste em querer fazer com que o desenvolvimento caminhe na contramão e apenas as elites continuem a se perpetuar no poder em detrimento da sonegação dos direitos da maioria. 
Se as autoridades não pensarem a cidade no sentido da verticalidade, vislumbrando as facilidades que estes tipos de moradia proporcionam, isso nos remete a um atraso e a um caminho percorrido pelos desinteligentes, uma vez que vai na direção oposta daquilo que os grandes centros vêm retomando, que é o retorno da ocupação das áreas centrais, permitindo uma mais adequada organização do espaço geográfico na busca da qualidade de vida das pessoas.
Finalmente, podemos acrescentar que essas construtoras que mediam o desenvolvimento são geradoras de empregos e fomentam a distribuição de riquezas abrangendo a profissão de pedreiros, carpinteiros, ferreiros, pintores, engenheiros, arquitetos, marceneiros, corretores de imóveis e demais indústrias correlatas que aquecem esse segmento. Fora isso, podemos acrescentar também que estas incorporadoras realizam, por preços módicos, o sonho da casa própria ou apartamento que até então era aparentemente inalcançável às classes menos abastadas.